ipólito, nascido provavelmente na segunda metade do séc. II, teria sido, conforme o testemunho de alguns Pais da Igreja, bispo, porém não é possível precisar o lugar de sua sede. Sabe-se que ele mesmo afirmou ser discípulo de Irineu e foi o último escritor a se utilizar, em Roma, da língua grega.
Escritor erudito, transmite seus conhecimentos sem recorrer ou citar as fontes. Na época em que a Igreja tornou a penitência mais branda para os pecadores, Hipólito desentende-se com a autoridade máxima da Igreja, isto é, o papa e acaba sendo eleito antipapa por um pequeno grupo de cristãos moralistas. É exilado pelo imperador na Sardenha e aí morre em 235, juntamente com o papa Ponciano (que também fora exilado), com quem se conciliou algum tempo antes, voltando, assim, ao seio da Igreja.
Muitos obras são atribuídas a Hipólito, mas a "Tradição Apostólica" foi uma das poucas que restaram e, talvez, a mais importante, já trata-se da constituição eclesiástica mais antiga que possuímos.
Entre os diversos destaques desta obra, assinalamos os seguintes: a existência de ministérios ordenados (bispos, presbíteros e diáconos) e não ordenados (viúvas, virgens, leitores, etc.); as profissões incompatíveis com o cristão; o catecumenato fixado em três anos; o batismo estendido também às crianças; a oração eucarística e os cuidados devidos ao pão e ao vinho, Corpo e Sangue do Senhor; e a eficácia da oração na vida do cristão (celebrada várias vezes ao dia), em especial o sinal da cruz.
Já tratamos de forma conveniente sobre os carismas, esses dons que Deus pôs à disposição dos homens desde o princípio, conforme Sua vontade, atraindo para Si a imagem que Dele se afastara. Agora, movidos pelo amor que devemos a todos os santos, atingimos o ponto máximo da tradição: o que diz respeito às igrejas. Todos, assim, bem instruídos, devem conservar a tradição que perdura até hoje e, conhecendo-a através de nossas palavras, devem permanecer absolutamente firmes, já que o ocorrido recentemente (heresia ou erro) foi motivado pela ignorância e também pelos ignorantes. Que o Espírito Santo conceda a graça perfeita àqueles que crêem na verdade ortodoxa, para que aqueles que lideram a Igreja possam saber como ensinar e preservar tudo de forma conveniente.
Deve ser ordenado bispo aquele que tenha sido eleito incontestavelmente por todo o povo. Quando for chamado por seu nome e aceito por todos, reunir-se-ão, no domingo, todo o povo, o presbitério e os bispos. Então, após o consentimento de todos, os bispos imporão as mãos sobre ele e o presbitério permanecerá imóvel. Todos permanecerão em silêncio, orando no coração pela vinda do Espírito Santo. A seguir, um dos bispos, por consenso geral, imporá as mãos sobre o que está sendo ordenado e rezará, dizendo: "Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, Pai da misericórdia e Deus de todo consolo, que habitas nas alturas e baixas o olhar para o humilde; tu, que sabes de todas as coisas antes de nascerem; tu, que deste as leis da tua Igreja pela palavra da graça, elegendo a raça dos justos de Abraão, desde o princípio, constituindo-os chefes e sacerdotes; tu, que não deixaste teu santuário sem administração; tu, que desde o princípio dos séculos, te agradas em ser glorificado por estes que elegeste, derrama neste momento a força que sai de ti, o Espírito de liderança que deste ao teu querido Filho, Jesus Cristo, e que Ele concedeu aos santos apóstolos, de forma que constituíram a tua Igreja por toda a parte, o teu Templo, para louvor e glória eterna do teu nome. Pai, que conheces os corações, permita a este teu servo que escolheste para o episcopado, apascentar o teu rebanho santo, desempenhando o primado do sacerdócio de forma irrepreensível perante ti, servindo-te noite e dia. Concede-lhe tornar propícia a tua imagem, incessantemente, oferecendo os sacrifícios da tua Santa Igreja e, com um espírito de superior sacerdócio, possuir o dom de perdoar os pecados conforme a tua ordem, distribuir os cargos [eclesiásticos] segundo o teu preceito, desatar quaisquer laços conforme o poder que deste aos apóstolos e ser do teu agrado, pela mansidão e pureza de coração, para que te ofereça um perfume agradável, por teu Filho, Jesus Cristo, pelo qual te damos glória, poder e honra, ao Pai, ao Filho e com o Espírito Santo na Santa Igreja, agora e pelos séculos dos séculos. Amém".
Assim que se tenha tornado bispo, todos ofereçam-lhe o ósculo da paz, saudando-o por tornar-se digno. Os diáconos, então, oferecer-lhe-ão o sacrifício e ele, após impor suas mãos [sobre o sacrifício] dará graças, juntamente com todo o presbitério, dizendo: "O Senhor esteja convosco". Todos responderão: "E com o teu espírito". [Dirá:] "Corações ao alto". [Responderão:] "Já os oferecemos ao Senhor". [Dirá:] "Demos graças ao Senhor". [Responderão:] "Pois é digno e justo". Em seguida, prosseguirá: "Nós te damos graças, ó Deus, por teu Filho querido, Jesus Cristo, que nos enviaste nos últimos tempos, [Ele que é nosso] Salvador e Redentor, porta-voz da tua vontade, teu Verbo inseparável, por meio de quem fizeste todas as coisas e, por ser do teu agrado, enviaste do céu ao seio de uma Virgem; aí presente, cresceu e revelou-se teu Filho, nascido do Espírito Santo e da Virgem. Cumprindo a tua vontade, obtendo para ti um povo santo, ergueu as mãos enquanto sofria para salvar do sofrimento todos aqueles que em ti confiaram. Se entregou voluntariamente à Paixão para destruir a morte, quebrar as cadeias do demônio, esmagar o poder do mal, iluminar os justos, estabelecer a Lei e trazer à luz a ressurreição. [Ele] tomou o pão e deu graças a ti, dizendo: 'Tomai e comei: isto é o meu Corpo que será destruído por vossa causa'. [Depois,] tomou igualmente o cálice e disse: 'isto é o meu sangue, que será derramado por vossa causa. Quando fizerdes isto, fá-lo-eis em minha memória'. Por isso, lembramos de sua morte e ressurreição e oferecemos-te o pão e o cálice, dando-te graças por nos considerardes dignos de estarmos na tua presença e de te servir. E pedimos: envie o teu Espírito Santo ao sacrifício da Santa Igreja, reunindo todos os fiéis que receberem a eucaristia num só rebanho, na plenitude do Espírito Santo, para fortalecer nossa fé na verdade. Concede que te louvemos e glorifiquemos, por teu Filho, Jesus Cristo, pelo qual te damos glória, poder e honra, ao Pai, ao Filho e com o Espírito Santo na tua Santa Igreja, agora e pelos séculos dos séculos. Amém".
Se alguém oferecer azeite, consagre-o como se consagrou o pão e o vinho, não com as mesmas palavras, mas com o mesmo Espírito. Dê graças, dizendo: "Assim como por este óleo santificado ungiste reis, sacerdotes e profetas, concede também, ó Deus, a santidade àqueles que com ele são ungidos e aos que o recebem, proporcionando consolo aos que o experimentam e saúde aos que dele necessitam". Do mesmo modo, se alguém oferecer queijo e azeitonas, diga: "Abençoa este leite coalhado, unindo-nos à tua caridade. Concede, ainda, que este fruto da oliveira não se afaste da tua doçura por ser um exemplo da abundância que tiraste da árvore para a vida dos que em ti esperam". E, a cada bênção, diga: "Gloria a ti, ao Pai, ao Filho e com o Espírito Santo na Santa Igreja, agora e pelos séculos dos séculos. Amém".
Ao se ordenar um presbítero, o bispo (e os demais presbíteros) impõe-lhe as mãos sobre sua cabeça e, como citamos acima, rezará dizendo: "Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo: baixa o olhar sobre este teu servo e transmite a ele o Espírito da graça e do conselho do presbitério, para que ele possa ajudar e governar o teu povo com o coração puro, da mesma forma como baixaste o olhar sobre o teu povo escolhido e ordenaste a Moisés que selecionasse anciãos, nos quais derramaste o Espírito que tinhas dado ao teu servo. E agora, Senhor, dissipando-nos o Espírito da tua graça, conserva-o eternamente em nós e torna-nos dignos de te servir com simplicidade de coração e de te louvar por teu Filho, Jesus Cristo, pelo qual te damos glória, poder e honra, ao Pai, ao Filho e com o Espírito Santo na Santa Igreja, agora e pelos séculos dos séculos. Amém".
Seja o diácono eleito conforme acima referido e ordenado impondo-lhe as mãos apenas do bispo, como prescrevemos. Somente o bispo impõe-lhe as mãos porque o diácono não está sendo ordenado para o sacerdócio, mas apenas para se por à serviço do bispo, para executar o que este lhe ordenar. Ele não participa do conselho clerical, mas cuida da administração, informando ao bispo tudo o que for necessário. Não recebe o Espírito comum do presbitério, do qual participam os presbíteros, mas o que lhe é confiado pelo poder do bispo, razão pela qual somente o bispo ordena o diácono. Porém, na ordenação do presbítero, também os presbíteros imponham as mãos, em virtude do Espírito comum e semelhante do seu cargo: estes, por terem apenas o poder de receber, mas não o de comunicar o Espírito, não ordenam os clérigos mas, na ordenação do presbítero, imponham as mãos enquanto o bispo ordenar. Sobre o diácono, diga [o bispo]: "Ó Deus, que criaste todas as coisas e as ordenaste pelo Verbo, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que enviaste para cumprir a tua vontade e para nos revelar o teu desejo, concede a este servo, que escolheste para servir a tua Igreja, o Espírito Santo da graça, do cuidado e do trabalho, para apresentar em santidade, no teu Santuário, o que te for oferecido pelo herdeiro do sumo sacerdote, para a glória do teu nome, e também para que, exercendo de forma irrepreensível e de coração puro o seu ministério, alcance um grau superior para te louvar e glorificar por teu Filho, Jesus Cristo Nosso Senhor, pelo qual te damos glória, poder e honra, ao Pai, ao Filho e com o Espírito Santo na Santa Igreja, agora e pelos séculos dos séculos. Amém".
Não se deve impor as mãos sobre um confessor candidato ao diaconato ou presbiterato se este já tiver sido preso por causa do nome do Senhor. Na realidade, a dignidade de presbítero é igual à honra da sua confissão. Porém, ser-lhe-ão impostas as mãos se for ordenado bispo. Contudo, se o confessor não tiver sido levado à frente do magistrado, nem posto a ferros, nem aprisionado, nem condenado a uma outra pena, mas apenas desprezado por causa do nome do Senhor e castigado de forma branda, deve-se impor as mãos sobre ele para qualquer função que lhe seja digno. Que o bispo dê graças, tal como mencionamos. Porém, não é necessário que, dando graças, se utilize das mesmas palavras que mencionamos, como se o fizesse de memória; pelo contrário, reze cada um segundo suas possibilidades. Se alguém tiver capacidade de rezar uma oração mais longa ou mais solene, melhor; contudo, se outro proferir uma oração mais simples, deixai-o pois o correto é rezar de acordo com a ortodoxia.
Uma viúva, ao ser instituída, não é ordenada, mas eleita pela simples inscrição do nome. Se o seu marido já morreu há muito tempo, seja instituída; contudo, se o seu marido não morreu há muito tempo, não se confie nela; mas se for velha, seja experimentada por algum tempo porque, muitas vezes, as paixões envelhecem com o que as abriga no seu seio. Seja, portanto, a viúva instituída pela palavra e que se junte às demais. Não serão impostas as mãos sobre ela pois não oferece o sacrifício, nem exerce a liturgia. A ordenação é para o clero, por causa da liturgia; a viúva é instituída para a oração, que pertence a todos.
O leitor é instituído no momento em que o bispo lhe entrega o Livro. Sobre ele também não são impostas as mãos.
Não serão impostas as mãos sobre a virgem, pois bastará sua decisão para fazer dela uma virgem.
Também não serão impostas as mãos sobre o subdiácono. Ele será nomeado para seguir o diácono.
Se alguém disser que recebeu o dom da cura por revelação, não serão impostas as mãos sobre ele: os fatos demonstrarão se está dizendo a verdade.
Aqueles que são trazidos pela primeira vez para escutar a Palavra, sejam direcionados aos catequistas, antes da chegada do povo, e sejam interrogados sobre a razão pela qual resolveram se aproximar da fé. Aqueles que os trouxerem, dêem testemunho deles, informando se estão preparados para ouvir a Palavra. Sejam também interrogados sobre a vida que levam: se possuem esposa, se são escravos... Se algum deles for escravo de um fiel (=irmão de fé) e o seu senhor permitir, que escute a Palavra; mas se o seu senhor não der bom testemunho dele, seja recusado. Se o seu senhor for pagão, seja-lhe ensinado a agradar seu senhor, para que se evite a blasfêmia. Se um homem possui mulher ou se uma mulher possui marido, sejam ensinados a se suportarem, o homem com a mulher e a mulher com o marido. Porém, se um homem não vive com a mulher, seja ensinado a não fornicar, recebendo a mulher conforme a Lei ou permanecendo como está. Se alguém estiver possuído pelo demônio, não escute a Palavra doutrinária enquanto não for purificado.
Deve-se interrogar, também, a respeito dos trabalhos e ocupações exercidos por aqueles que se apresentam para ser instruídos. Aquele que possui prostíbulo: desista ou seja recusado. O escultor ou pintor: seja ensinado a não produzir ídolos, isto é, cesse ou seja recusado. O ator que representa no teatro: cesse ou seja recusado. O pedagogo: é bom que cesse, ensinando somente se não possuir outra habilitação. O cocheiro competidor e os que freqüentam espetáculos de luta: cessem ou sejam recusados. O gladiador, o treinador de gladiadores, o bestiário e os empresários de lutas gladiatórias: cessem ou sejam recusados. O sacerdote ou guardião de ídolos: abandone-os ou seja recusado. O soldado que recebe o poder de matar: não matará ninguém, mesmo se isto lhe for ordenado, nem prestará juramento. Se não concordar, seja recusado. O que possui poder de gládio e o magistrado da cidade, que se reveste de púrpura: renunciem ou sejam recusados. O catecúmeno e o fiel que desejam se tornar soldados: sejam recusados por desprezarem a Deus. A prostituta, o pervertido, o homossexual e qualquer outro que pratiquem atos indizíveis: sejam recusados por serem impuros. O mágico: não deve ser apresentado para o interrogatório. O feiticeiro, o astrólogo, o adivinho, o intérprete de sonhos, o charlatão, o ilusionista e o fabricante de amuletos: renunciem ou sejam recusados. A concubina, se for escrava do amante, se tiver educado os filhos e se tiver unido apenas a esse homem: pode ouvir a Palavra; caso contrário, seja recusada. Aquele que possuir uma concubina: renuncie a ele e receba uma mulher conforme a Lei; se não o quiser, seja recusado. Se tivermos omitido algo, as próprias ocupações dirão [se são ou não permitidas], pois todos nós temos o Espírito de Deus.
Os catecúmentos devem escutar a Palavra por três anos. Se algum deles for dedicado e atencioso, não lhe será considerado o tempo: somente o seu caráter, e nada mais, será julgado. Cessando o catequista a instrução, rezarão os catecúmenos em particular, separados dos fiéis. As mulheres, sejam elas catecúmenas ou fiéis, permanecerão rezando em particular em qualquer parte da igreja. Ao concluírem as orações, ainda não darão a paz porque o seu ósculo ainda não será santo. Os fiéis, porém, saudar-se-ão, reciprocamente: os homens aos homens e as mulheres às mulheres; os homens não deverão saudar as mulheres. Estas devem cobrir a cabeça com um manto que não seja feito de linho, pois este tipo não serve para cobrir [a cabeça]. Após a prece, o catequista imporá as mãos sobre os catecúmenos, rezará e os dispensará; não importa se é clérigo ou leigo: aquele que prega a doutrina deve assim agir. Se um catecúmeno for preso por causa do nome do Senhor, não deve se desesperar: se sofrer violência e morrer antes de ter recebido o perdão de seus pecados, será justificado por ter experimentado o batismo em seu sangue.
Escolhidos aqueles que receberão o batismo, examinar-se-á suas vidas: se viveram com dignidade durante o catecumenato, se honraram as viúvas, se visitaram os doentes, se praticaram apenas boas obras. Ouvirão o Evangelho se aqueles que os apresentaram testemunharem a seu favor, dizendo que assim agiram. Sejam impostas as mãos diariamente sobre eles a partir do momento em que foram separados e sejam, ao mesmo tempo, exorcizados. Aproximando-se o dia do batismo, o bispo exorcizará cada um deles, para saber se é puro. Se algum deles não for bom ou puro, será colocado à parte, pois não ouviu a Palavra com fé, já que não possível que o estranho se oculte para sempre. Sejam os batizandos instruídos para que se lavem e banhem no quinto dia da semana; se uma mulher estiver menstruada, será posta à parte e receberá o batismo num outro dia. Os que receberão o batismo jejuarão na véspera do sábado e, no sábado, serão todos reunidos num mesmo local designado pelo bispo. Serão ordenados todos aqueles que rezarem e se ajoelharem; impondo as mãos sobre eles, o bispo exorcizará todos os espíritos impuros, para que fujam e não retornem mais. Terminando o exorcismo, soprar-lhe-á em suas faces. Após marcá-los na fronte, nos ouvidos e narinas com o sinal da cruz, ele ordenará que se levantem. Então permanecerão vigilantes durante toda a noite: ler-se-á para eles e também serão instruídos. Os batizandos não devem ter nada em seu poder, exceto o que trouxeram para a eucaristia. O que se tornou digno deve participar do sacrifício na mesma hora.
Ao cantar do galo, rezar-se-á, primeiramente, sobre a água. Deve ser água corrente, na fonte ou caindo do alto, exceto em caso de necessidade; se a dificuldade persistir ou se tratar de caso de urgência, deve-se usar a água que encontrar. Os batizandos se despirão e serão batizadas, primeiro, as crianças. Todos os que puderem falar por si próprios, falem; contudo, os pais ou alguém da família falem por aqueles que não puderem falar por si mesmos. Depois batizem-se os homens e, por último, as mulheres (que deverão estar de cabelos soltos e sem os enfeites de ouro e prata que levaram). Ninguém deve descer às águas portando objetos estranhos. No instante previsto para o batismo, o bispo renderá graças sobre o óleo que será posto em um vaso e será chamado de óleo de ação de graças. Tomará também um outro óleo que exorcizará e será denominado de óleo de exorcismo. Então o diácono trará o óleo de exorcismo e ficará à esquerda do presbítero; outro diácono pegará o óleo de ação de graças e ficará à direita do presbítero. Acolhendo cada um dos que recebem o batismo, manda renunciar, dizendo: "Renuncia a ti, Satanás, a todo teu serviço e a todas as tuas obras". Terminada a renúncia de cada um, ungirá com o óleo de exorcismo, dizendo-lhe: "Afaste-se de ti todo espírito impuro". E irá entregá-lo nu ao bispo ou ao presbítero que está junto da água, batizando. O diácono também descerá com ele e, ao chegar à água aquele que será batizado, aquele que batiza lhe dirá, impondo-lhe as mãos sobre ele: "Crês em Deus Pai todo-poderoso?". E aquele que é batizado responda: "Creio". Imediatamente, com a mão pousada sobre a sua cabeça, batize-o uma vez, dizendo a seguir: "Crês em Jesus Cristo, Filho de Deus, nascido do Espírito Santo e da Virgem Maria, que foi crucificado sob Pôncio Pilatos, morrendo e sendo sepultado e, vivo, ressurgiu dos mortos no terceiro dia, subindo aos céus e sentando-se à direita do Pai, donde julgará os vivos e os mortos?". Quando responder: "Creio", será batizado pela segunda vez. E dirá mais uma vez: "Crês no Espírito Santo, na Santa Igreja e na ressurreição da carne?". Responderá o que está sendo batizado: "Creio", e será batizado pela terceira vez. Depois de subir da água, será ungido com o óleo santificado pelo presbítero, que dirá: "Unjo-te com o óleo santo em nome de Jesus Cristo". Após isto, cada um se enxugará e se vestirá, entrando, a seguir, na igreja.
Impondo as mãos sobre eles, o bispo fará a invocação, dizendo: "Senhor Deus, que os tornaste dignos de merecer a remissão dos pecados pelo banho da regeneração, torna-os dignos de ser repletos do Espírito Santo; lança sobre eles a tua graça para que te sirvam conforme a tua vontade, pois a ti são a glória, ao Pai, ao Filho e com o Espírito Santo na Santa Igreja, pelos séculos dos séculos. Amém". Após isto, derramará o óleo santo nas mãos e dirá, colocando as mãos sobre a sua cabeça: "Eu te unjo com o óleo santo, no Senhor Pai todo-poderoso e em Jesus Cristo e no Espírito Santo". Marcando-o na fronte com o sinal da cruz, oferecer-lhe-á o ósculo, dizendo: "O Senhor esteja contigo". O que foi marcado responderá: "E com o teu Espírito". Assim deve proceder com cada um. Em seguida, rezarão com todo o povo, não podendo rezar com os fiéis enquanto não atingirem tudo isso. Após a oração, oferecerão o ósculo da paz.
Os diáconos oferecerão o sacrifício ao bispo e este dará graças sobre o pão, como exemplo do Corpo de Cristo, e sobre o cálice do vinho preparado, para imagem do Sangue que foi derramado por amor de todos que crêem nele. Fará o mesmo sobre o leite e o mel misturados, recordando a plenitude da promessa feita aos antepassados; nessa promessa, Deus anunciou a "terra onde correm leite e mel". Por ela, Cristo ofereceu a sua Carne e, assim como crianças, se alimentam os que crêem, tornando suave a amargura do coração pela docilidade da Palavra. Da mesma maneira, o bispo renderá graças sobre a água do sacrifício, como representação do batismo, para que o homem interior, isto é, a alma, obtenha os mesmos dons que o corpo. Todos esses fatos devem ser explicados pelo bispo a todos que recebem. Partindo o pão e distribuindo-o em pedaços, dirá: "O Pão Celestial em Jesus Cristo". E o que está recebendo responderá: "Amém". Se não forem suficientes os presbíteros, peguem os cálices também os diáconos e, com dignidade, coloquem-se em ordem: primeiro o que segura a água; em segundo, o que segura o leite; em terceiro, o que segura o vinho. Os que recebem provem de cada cálice e, aquele que dá, diga três vezes: "Em Deus Pai todo-poderoso". Responda o que recebe: "Amém". [O que dá:] "E em Nosso Senhor Jesus Cristo". [O que recebe:] "Amém". [O que dá:] "E no Espírito Santo e na Santa Igreja". E responda "Amém". Assim se procederá com cada um. Após a cerimônia, rapidamente pratiquem o bem, agradem a Deus, vivam corretamente, coloquem-se à disposição da Igreja, praticando o que aprenderam e progredindo na piedade. Isto, de maneira resumida, vos transmito sobre o santo batismo e o santo sacrifício, pois já fostes instruídos sobre a ressurreição da carne e tudo o demais, conforme está escrito. Se algo deve ser recordado, diga o bispo secretamente aos que tiverem recebido o batismo, para que os não fiéis não venham a conhecer antes de também receberem. Esta é a ficha branca aludida por João ao dizer: "Um novo nome foi escrito nela e ninguém o conhece a não ser aquele que a receberá".
No domingo pela manhã, o bispo distribuirá a comunhão, se puder, a todo o povo com as próprias mãos, cabendo aos diáconos o partir do pão; os presbíteros também poderão parti-lo. Quando o diácono apresentar a eucaristia ao presbítero, estenderá o vaso e o próprio presbítero o tomará e distribuirá ao povo pessoalmente. Nos outros dias, os fiéis receberão a eucaristia de acordo com as ordens do bispo.
As viúvas e as virgens devem jejuar e rezar freqüentemente pela Igreja. Os presbíteros e os leigos podem jejuar quando quiserem. O bispo, porém, não pode jejuar a não ser no dia em que todo o povo o faz, pois é possível que alguém queira levar algo até a igreja, não podendo ele recusar pois, se parte o pão, deverá prová-lo.
Caso o presbítero não esteja presente, o diácono dará, em casos de urgência, o sinal [signum] aos enfermos com cuidado. Após dar o necessário e receber o que for distribuído, dará graças e aí comerão. Todos aqueles que recebem algo devem dar com cuidado: se alguém receber algo para levar a uma viúva, um doente ou alguém que se dedique à Igreja, devem levá-lo no mesmo dia; se não o fizer, deve levar no dia seguinte, acrescentando com algo de seu por ter permanecido na sua casa o pão dos pobres.
No início da noite, com a presença do bispo, o diácono trará a lucerna e aquele, de pé no meio de todos os fiéis presentes, dará graças. Primeiramente, fará a saudação, dizendo: "O Senhor esteja convosco". O povo responderá: "E com o teu Espírito". [Dirá:] "Demos graças ao Senhor". E responderão: "É digno e justo. A Ele convém a grandeza e a exaltação com a glória". Não dirá: "Corações ao alto" porque já o faz no sacrifício, mas rezará da seguinte forma: "Graças te damos, Senhor, pelo teu Filho Jesus Cristo Nosso Senhor, pelo qual nos iluminaste, revelando-nos a luz incorruptível. Atingindo agora o fim do dia e chegando a noite, tendo-nos saturado a luz do dia que criaste para nos saciar, e não carecendo agora da luz da tarde pela tua graça, louvamos-te e glorificamos-te, pelo teu Filho Jesus Cristo Nosso Senhor, por quem a ti a glória, o poder e a honra, com o Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém". Responderão todos: "Amém". Terminada a ceia, de pé, todos rezarão e os meninos e as virgens entoarão salmos. A seguir, o diácono, ao receber o cálice preparado do sacrifício, entoará um desses salmos que possui a palavra "Aleluia". Se o presbítero ordenar, entoará outro salmo do mesmo tipo. Depois que o bispo oferecer o cálice, dirá um dos que a este se referem, tudo com "Aleluia", e todos repetirão. Recitando-os, repetirão sempre "Aleluia", que significa "louvamos Aquele que é - Deus". Glória e louvor Àquele que criou o Universo somente pelo Verbo. Concluído o salmo, o bispo abençoará o cálice e distribuirá os pedações de pão aos fiéis.
Os fiéis presentes, durante a ceia, antes de cortarem o seu próprio pão, receberão das mãos do bispo o pedaço de pão que é uma "eulogia" e não a eucaristia, Corpo do Senhor. É preciso que todos tomem o cálice e rendam graças sobre ele antes de beberem. Portanto, com pureza, comam e bebam. Aos catecúmenos será dado o pão de exorcismo e oferecido um cálice. O catecúmeno não participará da ceia do Senhor. Durante todo o sacrifício, aquele que se serve deve ser digno de quem o convidou, pois para isso foi chamado a entrar sob o seu teto. Agora, quando comerdes e beberdes, fazei-o com dignidade e não com irresponsabilidade, para que ninguém fique zombando ou para que aquele que te convidou não se entristeça com a vossa afronta, esperando ser digno que os santos entrassem em sua casa porque, diz, vós sois o sal da terra. Se alguém oferecer a todos aquilo que se chama em grego apoforeton, aceitai a vossa parte. Porém, se fordes convidado a comer, fazei-o de forma a sobrar, para que todos comam o suficiente e para que aquele que vos convidou possa mandar algo a quem quiser, como sobras dos santos, e fique feliz com a vossa atenção. Comendo, sirvam-se em silêncio os convidados, sem discussões, falando somente o que for permitido pelo bispo, respondendo-lhe se perguntar algo. Ao falar o bispo, calem-se todos, com discrição e respeito, até que ele volte a fazer perguntas. Se os fiéis comparecerem à ceia sem o bispo, com a presença de um presbítero ou um diácono, deverão comer com a mesma dignidade e apressar-se a receber o pão bento da mão do presbítero ou diácono. Também o catecúmeno receba o pão do exorcismo. Reunindo-se leigos, procedam com prudência, pois um leigo não pode conferir o pão bento. Comam todos em nome do Senhor, pois agrada a Deus quando todos, iguais e sóbrios, somos ciosos do nosso comportamento, mesmo entre os gentios. As viúvas convidadas para a ceia devem ser de idade madura e devem ser dispensadas antes do final da tarde. Quem não puder convidá-las por causa do cargo que exercem, deve dispensá-las após dar-lhes alimento e vinho que tomarão em casa da forma que lhes agradar.
Todos devem se apressar a trazer os primeiros frutos da estação ao bispo. Este irá oferecê-los e abençoá-los e, citando quem os oferece, dirá: "Graças te damos, ó Deus, e te oferecemos as primícias dos frutos que nos deste para que os tomemos, nutrindo-os pelo teu Verbo, ordenando à terra que os produza com alegria o alimento dos homens e de todos os animais. Por causa disso tudo, te louvamos, ó Deus, e também por tudo que nos proporcionaste, provendo para nós toda a criação dos mais diversos frutos. Por teu Filho, Jesus Cristo Nosso Senhor, por quem a ti a glória pelos séculos dos séculos. Amém".
Os frutos que podem ser abençoados são a uva, o figo, a romã, a azeitona, a pêra, a maçã, a amora, o pêssego, a cereja, a amêndoa e os damascos. Não podem [ser abençoados] a melancia, o melão, os pepinos, a cebola, o alho ou qualquer outro legume. Pode-se oferecer, às vezes, flores: rosas e lírios, mas não outras. E, sobre todas as coisas, os que as recebem dêem graças ao santíssimo Deus, para a sua glória.
Na Páscoa, ninguém coma antes de se fazer o sacrifício, pois quem assim proceder não terá seu jejum considerado. Se uma mulher estiver grávida ou não se sentir bem, não podendo jejuar durante os dois dias, jejue pelo menos no sábado, já que é necessário; mas será um jejum de pão e água. Se alguém, por algum problema, se esquecer da Páscoa, jejue após a Qüinquagésima. A imagem passou, cessando no segundo mês, mas todo aquele que tiver aprendido a verdade deverá jejuar.
Que cada diácono, com seus subdiáconos, executem suas tarefas junto ao bispo. Também lhes serão recomendados os doentes, para que os visitem, caso seja de agrado do bispo, pois o doente sempre se alegra quando o chefe dos sacerdotes dele se lembra.
Os fiéis de Deus devem rezar assim que acordarem e levantarem, antes de tocar qualquer coisa. Só depois disso é que devem sair para o trabalho. Contudo, se houver instrução pela Palavra, que prefiram ouvir a Palavra de Deus, pois esta é o consolo da alma, e se apressem a ir para a igreja, onde o Espírito floresce.
Que todo fiel corra a receber a eucaristia antes de experimentar qualquer outra coisa. Se receber por causa de sua fé, não se prejudicará, mesmo sendo o homem mortal. Todos devem se esforçar para não permitir que o infiel prove a eucaristia, nem um rato ou outro animal; deve-se cuidar para que dela não caia uma migalha e se perca, pois ela é o Corpo de Cristo que deve ser comido pelos fiéis e não pode ser negligenciado. Consagrado o cálice em nome de Deus, que recebestes como a imagem do Sangue de Cristo, não queirais derramá-lo. Que o espírito hostil não venha lambê-lo, desprezando-o, pois serias culpado para com o Sangue, como quem despreza o valor pelo qual foi comprado.
Os diáconos e os presbíteros deverão se reunir diariamente no local determinado pelo bispo. Não se deixem de reunir a menos que a doença impeça. Reunindo-se todos, ensinem os que estão na igreja e, após a oração, dirija-se cada um ao seu trabalho.
Que ninguém encontre dificuldades para sepultar o irmão nos cemitérios, já que estes pertencem aos pobres. Porém, pague-se o salário ao coveiro, bem como o preço dos tijolos. O bispo deve sustentar guardas e zeladores para que nenhuma taxa seja cobrada àqueles que procuram os cemitérios.
Todo fiel, homem ou mulher, ao acordarem, lavem as mãos e rezem a Deus antes de tocar qualquer coisa. Só após isto, dirijam-se ao trabalho. Havendo instrução da Palavra de Deus, prefiram encaminhar-se ao local recordando que, na verdade, estão ouvindo a Deus na pessoa daquele que prega. Todo aquele que rezar na igreja vencerá a maldade do dia; aquele que teme a Deus considerará um grande mal não ter ido à instrução, principalmente se souber ler ou sabendo que o catequista estava presente. Que nenhum de vós se atrase para ir à igreja, lugar onde se ensina. Ao que fala, será concedido dizer o que é útil a cada um. Ouvirás coisas nas quais não imaginas e tirarás proveito do que o Espírito Santo vos disser pelo catequista. Vossa fé será reforçada com aquilo que ouvirdes. Aí também será dito o que deveis fazer em casa. Por isso, cada um deve se preocupar em ir à igreja, onde o Espírito Santo floresce. Nos dias em que não houver instrução, cada um em sua casa tome o Santo Livro e leia o que lhe parecer proveitoso. Se estiverdes em casa, rezai e bendizei a Deus na hora terceira. Se estiverdes num outro local, rezai a Deus no coração, pois foi nessa hora que Cristo se viu pregado no madeiro. Também por essa razão, a Lei do Antigo Testamento prescreve que se ofereça o pão da proposição, como imagem do Corpo e Sangue de Cristo, e a imolação do cordeiro, como imagem do Cordeiro perfeito: Cristo é o Pastor e o Pão que desceu do céu. Rezai, igualmente, na hora sexta pois, quando Cristo foi pregado na cruz, o dia se dividiu e as trevas surgiram. Nessa hora, todos rezarão uma oração fervorosa, imitando a voz Daquele que, ao rezar, cobriu de trevas toda a criação perante os judeus incrédulos. Façam, ainda, uma grande prece exaltando o Senhor por volta da hora nona, para sentirem como a alma dos justos glorifica a Deus, que não é mentiroso e lembra dos seus santos, enviando seu Verbo para iluminá-los. Foi nessa hora que Cristo, ferido no lado, verteu água e sangue, e iluminou o resto do dia até o final da tarde. Começando a dormir, Cristo originou o dia seguinte e concluiu a imagem da ressurreição. Rezai ainda antes de dormir. Por volta da meia-noite, levantai, lavai as mãos com água e rezai. Se vossa mulher estiver presente, rezai ambos; se ainda não for batizada, retirai-vos para outro quarto, rezai e voltai para a cama. Não hesitai, porém, de rezar, pois aquele que se encontra casado não está manchado. Em verdade, os que já tomaram banho não precisam tomar outro pois encontram-se limpos. Fazei o sinal da cruz com o sopro úmido, recolhendo a saliva com a mão, e o vosso corpo será purificado até os pés, pois o dom do Espírito e a água do banho, oferecidos por um coração puro como se saíssem de uma fonte, purificam todo aquele que crê. Assim, é necessário rezar nesse momento. Os antigos, que nos deixaram a tradição, ensinaram-nos que nessa hora toda criatura descansa um momento para louvar o Senhor; até mesmo as estrelas, as árvores e as águas param por um instante e, com toda a milícia dos anjos que servem a Deus, e junto com as almas dos justos, glorificam a Deus. Por esse motivo, todos os que crêem devem se apressar para rezar nessa hora. Para dar testemunho disso, assim diz o Senhor: "Eis que por volta da meia-noite ouviu-se o clamor dos que diziam: 'Aí vem o noivo. Saiam ao seu encontro'. E concluiu, dizendo: 'Vigiai, pois não sabeis a hora em que virá'". Quando o galo cantar, levantai e rezai, pois nessa hora, ao cantar do galo, os filhos de Israel negaram a Cristo, que conhecemos pela fé, confiantes na esperança da eterna luz da ressurreição dos mortos; temos os olhos fixos nesse dia. Fiéis: procedendo dessa forma, respeitando a tradição, instruindo-vos mutuamente e exortando os catecúmenos, não sereis tentados nem perecereis, pois o Cristo estará sempre presente na lembrança.
Durante a tentação, fazei piedosamente na fronte, o sinal da cruz, pois este é o sinal da Paixão reconhecidamente provado contra o demônio, desde que feito com fé e não para vos exibir diante dos homens, servindo eficazmente como um escudo: o Adversário, vendo quão grande é a força que sai do coração do homem que serve o Verbo (pois mostra o sinal interior do Verbo projetado no exterior), fugirá imediatamente, repelido pelo Espírito que está no homem. Era isso que o profeta Moisés representava através do cordeiro morto na Páscoa e ensinava ao aspergir o sangue nos batentes das portas: simbolizava a fé que agora se encontra em nós, ou seja, a fé no Cordeiro perfeito. Ora, persignando-nos na fronte e nos olhos com a mão, afastamos tudo aquilo que tenta nos destruir.
Se estes ensinamentos forem recebidos com gratidão e fé ortodoxa, permitirão a edificação da Igreja e a vida eterna àqueles que crerem. Aconselho que [estes ensinamentos] sejam guardados por todos que tiverem o coração puro. Se todos ouvirem e seguirem a tradição dos apóstolos, nenhum herege (nenhum mesmo!) poderá vos afastar do reto caminho. Na verdade, muitas heresias se desenvolveram porque os chefes não quiseram aprender a doutrina dos apóstolos mas, seguindo a própria fantasia, fizeram o que quiseram, isto é, o que não deveriam fazer. Amados: se omitimos algo, Deus revelará [a verdade] aos que forem dignos, dirigindo a Igreja para que atraque no porto da paz.